Saturday, July 19, 2008

Memórias: honorários de nós mesmos

Mais uns meses, mais umas semanas, uns dias... e poderia continuar até onde a gradação mo permitisse. Mas acho que simplesmente não me apetece. Se pudéssemos escolher a vida que levamos, que desenho faríamos? Como arquitectaríamos? Pintá-la-íamos?
Remexo nestas incómodas gavetas que, nem sei bem porquê, permanecem comigo e em mim, e não encontro a resposta. Talvez não coexista, porque incompatível, comigo. Ouço as tecedeiras de críticas ríspidas e agrestes e deixo pairar as conselheiras pacíficas e optimistas.
No entanto, tudo não passa de literatura cor-de-rosa mal passada a papel vegetal para cada vida. Lembro-me sempre da Penélope tecedeira e da robustez dessas estantes de memórias... Quem de nós? Hoje, mais clarividente do que nunca, as memórias são as telas de nós mesmos, ora rabiscos, ora verdadeiras Nascimento de Vénus, mas tantas vezes infelizes e comprometidos honorários...