Friday, April 27, 2007

...escrevo sem rédeas

São dois sorrisos, meia dúzia de dedos de conversa. Olhos postos no horizonte, a mochila às costas com as lições do passado. Ao lado, dois pares de óculos, dois livros, duas histórias cruzadas. A luz do amanhã continua indecisa, ténua e intermitente. Afinal, haverá mesmo o amanhã?
São as recordações (boas e más), os sonhos e os receios de novos pesadelos, e é aquele coração que bate lá dentro, insistente e envergonhado. Sob o signo do sigilo, os olhos cruzam-se e tornam a cruzar-se, mas negam-no, não vá a consciência alheia interpelar os desejos. Serão legítimos?
Terá a vida tempo para novas oportunidades? E depois é o interregno, é aquele tempo desconhecido, aquela noite que se prolongou e que agora é entrave à nova luz, é aquela vida que não pertence...
O tempo cibila, os óculos recolhem-se e a história continua, paralela. O coração aguarda pelo novo amanhecer, pelo raiar incólume do sol. Sigilo debaixo do braço, trocam-se as já pesadas mochilas. Nas mãos ainda jazem as rosas brancas mas no rosto já vai ancorado...o nosso sorriso...

1 comment:

Anonymous said...

Querida MJ,

Não conhecia este cantinho, mas adorei... como são bonitas as palavras que utilizas, mesmo as mais tristes. É uma poesia adocicada que nos leva aonde o coração nos quiser levar.

Um grande bem-haja a ti por este espaço. Bj