Friday, April 27, 2007

...que não estás

Não é solidão o que sinto, não pode ser, é mais do que isso... Não há ninguém por cá... Há tanto que o(s) alguém(s) se confundem nas nubladas quimeras, há tanto que as vozes se perdem no meio dos sussurros da noite... Escuto o coaxar das rãs, debruço-me languidamente no parapeito da janela da realidade e ainda consigo, a custo, agarrar um pedaço de mim. E nesse preciso momento, tão preciso quanto rebelde e fugidio, aproximo-me desse entulho de faltas que me atormentam... O ar está estranhamento rarefeito por tantas "não presenças"... Falta-me aquela voz que exalava das paredes. Faltam-me as mãos que tocavam incessantemente as minhas. Falta-me aquele sorriso estranhamente contagiante. Falta-me a ternura do teu olhar. Falta-me a tua rebeldia. Falta-me a tua prontidão. Falta-me o teu entusiasmo. Falta-me o teu abraço. Falta-me a tua pieguice. Falta-me a tua preguiça. Faltas tu... Afinal, esta amargura é somente a tua longa e irreparável ausência...

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