Sunday, May 27, 2007

Intimista de binóculos

Noutro dia, não tão remoto como o nosso tradicional "era uma vez...", alguém que até agora muito prezo, apelidou-me intimista de binóculos, com uma interpretação que deixo ao critério de cada um, como essa pessoa deixou ao meu.
Neste meu intimismo progressivamente analista à distância, agora que deambulo diariamente pela capital deste nosso "à beira mar plantado", tenho vindo a deleitar-me com literaturas consuetudinárias, ou daquelas que jorram do "Metro" ou do "Destak", e que confluem nas nossas cabeças e fervilham como que no caldeirão do João Ratão. Num destes dias, lia precisamente num desses jornais gratuitos, que as nossas forças de segurança, deslocadas num desses destinos que nada têm de paradisíaco, e em exercício para a ONU, ficaram sem direito a férias, assim, sem qualquer justificação plausível. Repentinamente, espelhou-se na minha memória o que lera em "A filha do Capitão" de José Rodrigues dos Santos, sobre as férias sempre adiadas dos nossos paupérrimos soldados (ou será mais justo apelidar todos esses escalões de cabos "carne para canhão"?) em missão na Primeira Guerra Mundial. Ironia ou talvez não, ainda hoje os portugueses têm o mesmo destino, e na luta pelos direitos humanos, acabam por ser esquecidos alguns... os direitos daqueles que a incarnam...

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