Friday, August 17, 2007

Pensar-te

Pensar incomoda... O gotejar de cada dia num rol de dias sem fim, numa distância mensurável, mas angustiante. Pensar-te a milhas, mas perto de mim, numa incómoda sensação de felicidade antecipada, num mergulho de rosas (ou serão orquídeas)?
E o amanhã não me deixa incólume, ou as reticências temperadas com a dúvida, ou a ternura de um amanhã raiado pelo meu fio de prumo. Penso-te em cada esquina, em cada canto, em cada fugida a mim mesma. E quando não te penso, sinto-te, desfiando as contas do destino...

1 comment:

LA said...

Pensar incomoda, mas pode-se sempre optar por não o fazer. Sentir, por outro lado, é incomodativo, sentir o que não se pode sentir, o que não é tempo de sentir, é angustiante, é um nó, uma dor, um ardor, um desespero. Custa sentir, custa sentir que se sente.
Falas de flores, sim, orquídeas, mas por vezes, muitas vezes, lembramo-nos mal do passado, dos promaiores que na altura nos passaram ao lado, quando deles nos deveríamos lembrar. Tentei, esforcei-me por me lembrar desse detalhe. Rosas, mas as que se encontram carecem do aroma das dos nossos quintais. Faz falta uma lembrança dos pequenos detalhes. Tentaria algo que também te diz algo, a tulipa, mas não é a época delas.
Estás noutra onda, o que me pensas dificilmente será o que sinto, mas repetindo palavras que me disseram, quem sabe, como projecção de si próprio, “pensas demasiado”. Gostaria de ignorar a precaução, e seguir o coração, acreditando num utópico amanhã, mas o respeito (e a lei) a tal impede...
Sabemo-lo, amar em demasia é perigoso...