Thursday, April 1, 2010

Interrogações arqueadas

Interrogo-me tantas e tantas vezes sobre a vida. Que sentido lhe devemos dar? Que garantias tem para nos oferecer? Uma correria desenfreada atrás de uma carreira profissional que nunca se delineará? Uma procissão sangrenta por um amor que mói e faz sofrer? Sento-me e olho ao meu redor, por uns momentos, como se nada devesse nem nada tivesse a receber... Vejo as pessoas correrem atrás de dinheiro, muito dinheiro, ignorando princípios, valores..., vejo concepções de amizade denegridas, putrefactas..., vejo enredos e intrigas desmesuradas..., vejo a necessidade que se tem de se ser melhor que o outro..., vejo famílias destruídas, casamentos destroçados, amantes de costas voltadas, egoísmos rebeldes e trágicos. E não gosto do que vejo. Fecho os olhos e por uns instantes inspiro e expiro, relembro um mantra, imagino que consigo fazer algo melhor... mas a submissão e o rebanho impelem-me num sentido estranho... O sempre agradar para que não seja falada, o sempre esconder para que não seja apontada... O medo de arriscar e ser falhada. Estou na insegurança de cada olhar, na incerteza de cada dia e com uma enorme vontade de provar que pode ser diferente. Falta-me o como. Há-de chegar. Ele não fabrica coincidências...

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